quarta-feira, 15 de junho de 2011

(...)

Tem um vazio aqui dentro.
Um vazio que não se explica.
Não é vazio de quem já se foi.
Não é vazio de amor que morreu.
Não é vazio de saudade nenhuma.
Não é vazio de fome.
Não é vazio que se encha com água.
Não é vazio de dor nenhuma.
É vazio de outro desejo.
É desejo de preencher a alma.
A alma que tá pedindo
Fazer só o que ama.
Tá pedindo fazer amor, por amor, com amor.
Tá pedindo viver com paixão pelas minhas paixões.
Tá pedindo ver o mar
Fotografar o céu
Se arriscar no fogo
Rasgar promessas de papel.
Tá pedindo viver mais, mesmo que o tempo seja curto.
Tá pedindo preu não esquecer
Que a vida foi feita exatamente pra isso, pra viver.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Quando o amor não é só palavras
Quando o amor é sentimento
Não pode ser escrito
Só sentido
É aí que não consigo descrever
Quando te vejo
O que eu sinto.

sábado, 11 de junho de 2011

verborragia de mim.

Eu sei
Cozinhar
Costurar
Pintar
Bordar.
Adoro
Inventar temperos
Customizar minhas roupas
Rabiscar paredes
Fazer meus acessórios.
Troco lâmpada
Faço faxina
-só não troco pneu porque ainda não precisei.
Sei me maquiar
E pintar o meu cabelo.
Sei dar prazer
E aprendi a ter.
Sou uma faz-tudo,
Se deu pra perceber.
E fazendo tudo,
Abraçando tanta coisa,
Podendo tanto tudo,
Precisando ser assim,
Também achei
-boba, acreditei-
Que sabia amar
Aquele amor
De novela,
Aquele cheio de calor.
Segui meu caminho
Amando e apanhando,
Sofrendo e te chamando
Até descobrir porque doía tanto:
O amor só se faz a dois.
Mas logo o meu amor?
Também o meu amor?
O meu, tão autossuficiente.
O meu, tão dormente.
Preciso admitir...
Preciso de uma mãozinha aqui...
Você não quer me ensinar?
Vem aqui em casa...
Preciso do seu corpo inteiro aqui...
Você não quer me dar também
Seu coração?
Eu deixo você cuidar de mim.
Posso cuidar de você?

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Feche os olhos.

A grama é a mais verde e fresca.
O barulho do mar vem de longe.
O sol faz rastros de luz através das árvores.
Uma tenda branca enfeitada com tule.
Apenas um caminho.
Um corredor.
Uma passarela.
Uma avenida inteira.
Um tapete vermelho.
A luz agora vem dos olhos.
Dos olhos emocionados de quem cerca.
Dos olhos ansiosos de quem chega primeiro.
E também dum sorriso de luz que entorpece.
Bege, não preto.
Os cabelos de ponta descolorida se misturam
à claridade:
A luz agora vem do branco.
Ofusca.
Convida a amar.
É a metade que faltava.
Um par, uma palavra, um beijo.
A luz agora vem do amor.
Pode abrir os olhos.
Sim.

Promessas

"Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas  e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos."

Um dia de calor

Tudo o que mais queria e precisava era receber uma ligação e um convite. Sair correndo pra tomar banho porque o cabelo tá horrível. Ou só porque você merece mais do que um cabelo lavado ontem. Me descabelar de novo porque eu não tenho a roupa certa. Ou só porque você merece mais do que aquele short jeans desfiado. Passar aquele hidratante que tem o cheirinho do nosso amor. Exagerar no blush só porque você gosta. Pegar a bolsa que você odeia mas eu não vou deixar de usar porque foi cara. E é linda. E eu adoro implicar com você. E sair. Sair, bater a porta e deixar o meu mundinho pequenininho pra trás. Me atrapalhar no meio da rua porque o celular vibrou e eu não acho na confusão da bolsa feia. Me atrapalhar porque o vento tá levantando aquela saia floridinha que você adora. Ler uma mensagem sua perguntando do meu atraso, vem logo, tô com saudades. Andar pela rua com aquele ventinho gostoso tentando esconder o riso que nasce no cantinho da boca, eu vou te ver. Sentir pena do coitado que mexeu comigo na rua, ele não sabe que eu tô indo te ver. Pegar meu ônibus e sentar na janela pra poder te imaginar na paisagem. Ônibus é chato, mas ele vai me levar até você. Chegar na esquina da sua casa e te ligar falando que já tô no portão, não quero esperar tanto assim. Me olhar rapidinho no espelho pra conferir a franja, tomara que esteja do jeito que você gosta. Ouvir seus passos arrastados de chinelo branco e o tiririm do chaveiro gay que seu amigo te deu. O coração bater mais rápido porque aquele maldito portão branco, o seu maldito portão branco demora pra ser aberto. O som dos meninos chutando bola na rua. Você abrir meio portão e colocar meia cabeça pra rua: aquela carinha de sono e seu sorrisinho de neném. Oi. Agora só o som do nosso beijo e o seu pijama de beijinho. Entra. Olha, tem peixinho novo no aquário. Pai, ela já chegou. Tem lasanha de berinjela pro almoço, você gosta? Eu gosto é de você. De chegar no seu quarto e ver o nosso filho de pelúcia em cima da sua cama. Fechar a porta e jogar a sapatilha pro alto. Você se jogar em cima de mim pra dar aquele abraço. Aquele abraço que é a melhor sensação do mundo, melhor que água fresca no calor, melhor que calor dentro da água fresca. Chamarem a gente pro almoço e a gente não ir. Ficar ali, deitadinhos... na nossa "peguixa", que preguicinha boa. Dane-se o cabelo feito, o blush, deixa o suor levar o hidratante. Ficar aí deitadinhos... Falar bobagem, programar viagens e discutir o nome dos nossos filhos. Falar das suas guitarras, da próxima peça que eu vou apresentar e dos nossos ciúmes bobos. Você mudar de assunto me fazendo cosquinha. Eu implorar pra você parar e depois te pegar na cosquinha também. Aquela sua risada natural e incontrolável, meu neném. Você me machucar sem querer pela milésima vez e pedir desculpas por ser tão estabanado. Fazer aquele beicinho e falar com aquela voz irritantemente engraçada pra eu te perdoar. Eu bater a cabeça na sua persiana pela milésima vez e você achar que pode me chamar de estabanada. Você me mostrar um vídeo superengraçado na internet e eu não achar a menor graça, mas rir só pra poder te ver rir e beijar os seus dentes, e fazer você me beijar de volta. Te bater por causa da sua mania incontrolável de passar a mão em qualquer parte do meu corpo que esteja um pouco vulnerável. Você me agarrar e me amassar todinha. Depois ouvir você reclamar que eu demoro demais pra almoçar, vem sentar logo aqui do meu lado, vâmo ver um filme. Dormir em cima do teu peito. Você nunca ter pedido pra eu sair de cima do seu braço. Ele não fica dormente? Falar qualquer outra besteira, dar muitos outros beijos. Dar a hora de voltar pra casa. Você insistir pra eu ficar mais um pouco. E mais um pouquinho. E mais. Dorme aqui comigo? Hoje eu não posso. Amanhã eu durmo. Amanhã a gente dorme agarradinho enrolado no edredom azul. Você não me deixar voltar pra casa de ônibus e me pagar um táxi. Você achar que todo taxista é um maluco em potencial e sussurrar pelo vidro pra eu tomar cuidado e te avisar quando chegar. Me distrair de novo com a paisagem e esquecer de mandar o motorista virar à esquerda. Já cheguei, tá tudo bem. O telefone tocar. É você pra me dar boa noite. Falar que me ama. Pra eu não me atrasar amanhã. Pra eu dormir com Deus. Um bacio, um beijo. Ninda. Neném. E eu voltar pro meu mundinho. Mas que mundinho sortudo, esse.. vai ouvir, dos meus sonhos, a história mais bonita de amor que já pôde ser vista, tão simples e tão linda. Vai ver o meu sorriso descarado enquanto eu durmo e relembro. Vai ficar tão cheio dos nossos sons e nossas imagens por todos os dias que se repetirem assim... Que medo de ser apenas um sonho do mundinho. Tô esperando você me ligar e me acordar pra ver se é realidade. Tô esperando você me fazer correria pra chegar aí bonita. Tô esperando você reclamar da minha bolsa feia. Tô esperando. Tô aqui sentada, viu. Passou mais um minuto... será que meu celular não vai tocar? Ai, que esse mundinho tá ficando frio. Eu quero sair com aquela saia floridinha que você adora, faz ficar calor de novo. Tic tac... tiririm... Tudo o que mais queria e precisava era receber uma ligação e um convite.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Sê tu, sede vós
Mas volta pra mim...
Tenho sede de tu, sede de nós.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Acordo em cima do braço dele
Me desenrosco dos lençóis dele
Ouço a respiração dele
Me olho no espelho dele
Visto uma camisa dele
Volto pra perto dele
Olho pra ele
(dorme como um neném...)
E penso
Meu lugar é ao lado dele.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Liberdade

Ai, essa liberdade... essa coisa distante que
todo mundo corre tanto pra agarrar e não soltar mais.
E eu aqui só preciso fechar os olhos.