Tem um vazio aqui dentro.
Um vazio que não se explica.
Não é vazio de quem já se foi.
Não é vazio de amor que morreu.
Não é vazio de saudade nenhuma.
Não é vazio de fome.
Não é vazio que se encha com água.
Não é vazio de dor nenhuma.
É vazio de outro desejo.
É desejo de preencher a alma.
A alma que tá pedindo
Fazer só o que ama.
Tá pedindo fazer amor, por amor, com amor.
Tá pedindo viver com paixão pelas minhas paixões.
Tá pedindo ver o mar
Fotografar o céu
Se arriscar no fogo
Rasgar promessas de papel.
Tá pedindo viver mais, mesmo que o tempo seja curto.
Tá pedindo preu não esquecer
Que a vida foi feita exatamente pra isso, pra viver.
quarta-feira, 15 de junho de 2011
terça-feira, 14 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
verborragia de mim.
Eu sei
Cozinhar
Costurar
Pintar
Bordar.
Adoro
Inventar temperos
Customizar minhas roupas
Rabiscar paredes
Fazer meus acessórios.
Troco lâmpada
Faço faxina
-só não troco pneu porque ainda não precisei.
Sei me maquiar
E pintar o meu cabelo.
Sei dar prazer
E aprendi a ter.
Sou uma faz-tudo,
Se deu pra perceber.
E fazendo tudo,
Abraçando tanta coisa,
Podendo tanto tudo,
Precisando ser assim,
Também achei
-boba, acreditei-
Que sabia amar
Aquele amor
De novela,
Aquele cheio de calor.
Segui meu caminho
Amando e apanhando,
Sofrendo e te chamando
Até descobrir porque doía tanto:
O amor só se faz a dois.
Mas logo o meu amor?
Também o meu amor?
O meu, tão autossuficiente.
O meu, tão dormente.
Preciso admitir...
Preciso de uma mãozinha aqui...
Você não quer me ensinar?
Vem aqui em casa...
Preciso do seu corpo inteiro aqui...
Você não quer me dar também
Seu coração?
Eu deixo você cuidar de mim.
Posso cuidar de você?
Cozinhar
Costurar
Pintar
Bordar.
Adoro
Inventar temperos
Customizar minhas roupas
Rabiscar paredes
Fazer meus acessórios.
Troco lâmpada
Faço faxina
-só não troco pneu porque ainda não precisei.
Sei me maquiar
E pintar o meu cabelo.
Sei dar prazer
E aprendi a ter.
Sou uma faz-tudo,
Se deu pra perceber.
E fazendo tudo,
Abraçando tanta coisa,
Podendo tanto tudo,
Precisando ser assim,
Também achei
-boba, acreditei-
Que sabia amar
Aquele amor
De novela,
Aquele cheio de calor.
Segui meu caminho
Amando e apanhando,
Sofrendo e te chamando
Até descobrir porque doía tanto:
O amor só se faz a dois.
Mas logo o meu amor?
Também o meu amor?
O meu, tão autossuficiente.
O meu, tão dormente.
Preciso admitir...
Preciso de uma mãozinha aqui...
Você não quer me ensinar?
Vem aqui em casa...
Preciso do seu corpo inteiro aqui...
Você não quer me dar também
Seu coração?
Eu deixo você cuidar de mim.
Posso cuidar de você?
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Feche os olhos.
A grama é a mais verde e fresca.
O barulho do mar vem de longe.
O sol faz rastros de luz através das árvores.
Uma tenda branca enfeitada com tule.
Apenas um caminho.
Um corredor.
Uma passarela.
Uma avenida inteira.
Um tapete vermelho.
A luz agora vem dos olhos.
Dos olhos emocionados de quem cerca.
Dos olhos ansiosos de quem chega primeiro.
E também dum sorriso de luz que entorpece.
Bege, não preto.
Os cabelos de ponta descolorida se misturam
à claridade:
A luz agora vem do branco.
Ofusca.
Convida a amar.
É a metade que faltava.
Um par, uma palavra, um beijo.
A luz agora vem do amor.
Pode abrir os olhos.
Sim.
O barulho do mar vem de longe.
O sol faz rastros de luz através das árvores.
Uma tenda branca enfeitada com tule.
Apenas um caminho.
Um corredor.
Uma passarela.
Uma avenida inteira.
Um tapete vermelho.
A luz agora vem dos olhos.
Dos olhos emocionados de quem cerca.
Dos olhos ansiosos de quem chega primeiro.
E também dum sorriso de luz que entorpece.
Bege, não preto.
Os cabelos de ponta descolorida se misturam
à claridade:
A luz agora vem do branco.
Ofusca.
Convida a amar.
É a metade que faltava.
Um par, uma palavra, um beijo.
A luz agora vem do amor.
Pode abrir os olhos.
Sim.
Promessas
"Eu não quero promessas. Promessas criam expectativas e expectativas borram maquiagens e comprimem estômagos."
Um dia de calor
Tudo o que mais queria e precisava era receber uma ligação e um convite. Sair correndo pra tomar banho porque o cabelo tá horrível. Ou só porque você merece mais do que um cabelo lavado ontem. Me descabelar de novo porque eu não tenho a roupa certa. Ou só porque você merece mais do que aquele short jeans desfiado. Passar aquele hidratante que tem o cheirinho do nosso amor. Exagerar no blush só porque você gosta. Pegar a bolsa que você odeia mas eu não vou deixar de usar porque foi cara. E é linda. E eu adoro implicar com você. E sair. Sair, bater a porta e deixar o meu mundinho pequenininho pra trás. Me atrapalhar no meio da rua porque o celular vibrou e eu não acho na confusão da bolsa feia. Me atrapalhar porque o vento tá levantando aquela saia floridinha que você adora. Ler uma mensagem sua perguntando do meu atraso, vem logo, tô com saudades. Andar pela rua com aquele ventinho gostoso tentando esconder o riso que nasce no cantinho da boca, eu vou te ver. Sentir pena do coitado que mexeu comigo na rua, ele não sabe que eu tô indo te ver. Pegar meu ônibus e sentar na janela pra poder te imaginar na paisagem. Ônibus é chato, mas ele vai me levar até você. Chegar na esquina da sua casa e te ligar falando que já tô no portão, não quero esperar tanto assim. Me olhar rapidinho no espelho pra conferir a franja, tomara que esteja do jeito que você gosta. Ouvir seus passos arrastados de chinelo branco e o tiririm do chaveiro gay que seu amigo te deu. O coração bater mais rápido porque aquele maldito portão branco, o seu maldito portão branco demora pra ser aberto. O som dos meninos chutando bola na rua. Você abrir meio portão e colocar meia cabeça pra rua: aquela carinha de sono e seu sorrisinho de neném. Oi. Agora só o som do nosso beijo e o seu pijama de beijinho. Entra. Olha, tem peixinho novo no aquário. Pai, ela já chegou. Tem lasanha de berinjela pro almoço, você gosta? Eu gosto é de você. De chegar no seu quarto e ver o nosso filho de pelúcia em cima da sua cama. Fechar a porta e jogar a sapatilha pro alto. Você se jogar em cima de mim pra dar aquele abraço. Aquele abraço que é a melhor sensação do mundo, melhor que água fresca no calor, melhor que calor dentro da água fresca. Chamarem a gente pro almoço e a gente não ir. Ficar ali, deitadinhos... na nossa "peguixa", que preguicinha boa. Dane-se o cabelo feito, o blush, deixa o suor levar o hidratante. Ficar aí deitadinhos... Falar bobagem, programar viagens e discutir o nome dos nossos filhos. Falar das suas guitarras, da próxima peça que eu vou apresentar e dos nossos ciúmes bobos. Você mudar de assunto me fazendo cosquinha. Eu implorar pra você parar e depois te pegar na cosquinha também. Aquela sua risada natural e incontrolável, meu neném. Você me machucar sem querer pela milésima vez e pedir desculpas por ser tão estabanado. Fazer aquele beicinho e falar com aquela voz irritantemente engraçada pra eu te perdoar. Eu bater a cabeça na sua persiana pela milésima vez e você achar que pode me chamar de estabanada. Você me mostrar um vídeo superengraçado na internet e eu não achar a menor graça, mas rir só pra poder te ver rir e beijar os seus dentes, e fazer você me beijar de volta. Te bater por causa da sua mania incontrolável de passar a mão em qualquer parte do meu corpo que esteja um pouco vulnerável. Você me agarrar e me amassar todinha. Depois ouvir você reclamar que eu demoro demais pra almoçar, vem sentar logo aqui do meu lado, vâmo ver um filme. Dormir em cima do teu peito. Você nunca ter pedido pra eu sair de cima do seu braço. Ele não fica dormente? Falar qualquer outra besteira, dar muitos outros beijos. Dar a hora de voltar pra casa. Você insistir pra eu ficar mais um pouco. E mais um pouquinho. E mais. Dorme aqui comigo? Hoje eu não posso. Amanhã eu durmo. Amanhã a gente dorme agarradinho enrolado no edredom azul. Você não me deixar voltar pra casa de ônibus e me pagar um táxi. Você achar que todo taxista é um maluco em potencial e sussurrar pelo vidro pra eu tomar cuidado e te avisar quando chegar. Me distrair de novo com a paisagem e esquecer de mandar o motorista virar à esquerda. Já cheguei, tá tudo bem. O telefone tocar. É você pra me dar boa noite. Falar que me ama. Pra eu não me atrasar amanhã. Pra eu dormir com Deus. Um bacio, um beijo. Ninda. Neném. E eu voltar pro meu mundinho. Mas que mundinho sortudo, esse.. vai ouvir, dos meus sonhos, a história mais bonita de amor que já pôde ser vista, tão simples e tão linda. Vai ver o meu sorriso descarado enquanto eu durmo e relembro. Vai ficar tão cheio dos nossos sons e nossas imagens por todos os dias que se repetirem assim... Que medo de ser apenas um sonho do mundinho. Tô esperando você me ligar e me acordar pra ver se é realidade. Tô esperando você me fazer correria pra chegar aí bonita. Tô esperando você reclamar da minha bolsa feia. Tô esperando. Tô aqui sentada, viu. Passou mais um minuto... será que meu celular não vai tocar? Ai, que esse mundinho tá ficando frio. Eu quero sair com aquela saia floridinha que você adora, faz ficar calor de novo. Tic tac... tiririm... Tudo o que mais queria e precisava era receber uma ligação e um convite.
quinta-feira, 9 de junho de 2011
quarta-feira, 8 de junho de 2011
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Liberdade
Ai, essa liberdade... essa coisa distante que
todo mundo corre tanto pra agarrar e não soltar mais.
E eu aqui só preciso fechar os olhos.
todo mundo corre tanto pra agarrar e não soltar mais.
E eu aqui só preciso fechar os olhos.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Bem Querer.
Te deixo ir te querendo levar.
Em contradição,
Te deixo ir te querendo não mais querer
tanto quanto eu pude, um dia, te querer mais que somente um bem querer.
Muito querer, te querer, meu bem querer.
Em contradição,
Te deixo ir te querendo não mais querer
tanto quanto eu pude, um dia, te querer mais que somente um bem querer.
Muito querer, te querer, meu bem querer.
domingo, 27 de março de 2011
sábado, 26 de março de 2011
Não me venha falar de cara metade.
Eu nasci completa. Não preciso de uma metade.
Não me venha falar de meias laranjas.
Eu nasci inteira. E tal qual, casca grossa e gostosa por dentro.
Eu sou por inteiro. Tenho boca, olhos, braços e pernas.
Não há o que completar. Não queira me completar.
Ninguém entende é que, na verdade, o que existe não é uma metade faltando,
e sim alguém que me adiciona: me enfeita.
Me pendura um sorriso nos lábios toda manhã,
pinga brilho nos meus olhos quando passa por mim,
me arrepia cada pêlo de cada membro a cada toque.
E ser enfeitada é a melhor parte.
sexta-feira, 25 de março de 2011
O Quanto Eu Queria Não Querer.
Queria não saber
Sentir
Querer
Ter que mentir.
Sentir
Querer
Ter que mentir.
Queria esquecer
Fluir
Crescer
Poder sorrir.
Fluir
Crescer
Poder sorrir.
Mas cada passo que dou me faz lembrar você.
Cada palavra proferida me faz sentir seu cheiro.
Cada vez que fecho os olhos caio dentro de você.
Cada mentira que conto me faz ouvir sua voz.
Cada palavra proferida me faz sentir seu cheiro.
Cada vez que fecho os olhos caio dentro de você.
Cada mentira que conto me faz ouvir sua voz.
E nesse querer sem poder -sem dever-, violo meus próprios princípios.
Sou mais você do que eu mesma.
Sou mais você do que eu mesma.
Transformo meus passos em corrida pra te ver. Já não sinto meus pés.
Transformo minhas palavras em versos brancos pra sentir teu perfume.
Vedo os olhos pra estar com você. Não sei mais por onde ando... acho que flutuo.
Transformo mentiras em verdades sujas. Tão sórdidas quanto o fim do nosso amor.
Minto pra mim mesma e pra todos a minha volta só pra te ouvir cantar.
Canção de ninar…
Transformo minhas palavras em versos brancos pra sentir teu perfume.
Vedo os olhos pra estar com você. Não sei mais por onde ando... acho que flutuo.
Transformo mentiras em verdades sujas. Tão sórdidas quanto o fim do nosso amor.
Minto pra mim mesma e pra todos a minha volta só pra te ouvir cantar.
Canção de ninar…
Tudo o que eu não quero é tudo o que me faz te querer.
Eu simplesmente não posso -não devo- te querer.
Mas eu te quero.
Eu me violo.
E te quero.
Eu simplesmente não posso -não devo- te querer.
Mas eu te quero.
Eu me violo.
E te quero.
quinta-feira, 24 de março de 2011
Sobre o céu e amor.
Não há nada mais bonito que o céu.
Só o amor.
Isso porque o amor consegue deixar o céu ainda mais bonito...
Sobre margarina e amor.
Um casal acorda bem humorado, de cara limpa, se beija ainda na cama e troca risos entre os lençóis brancos. Ele traz o café. Mais risos. Eles se amam e o mundo lá fora pode esperar.
Sempre julguei ridículos os comerciais de margarina.
Mas então apareceu alguém e me mostrou que eles existem.
É você.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Chuva.
Estou agora dentro de um táxi escrevendo na caixa de mensagem do celular.
A urgência em desabafar talvez seja pra não voltar a chorar antes do portão de casa. Estou encharcada de chuva, essa chuva que caiu do nada. Era uma vez o sol, o cabelo escovado e os papéis dentro da bolsa. A roupa está colada no corpo e, dentro da sapatilha, mais água do que pé. Na verdade, em todo o meu corpo há mais água do que eu mesma.
Essas gotas de chuva sujaram o meu corpo - e não lavaram a minha’lma como deveriam-. Ao mesmo tempo, escorregando pelo meu rosto, disfarçavam as lágrimas que se desenharam.
Essa chuva que caiu do nada me levou também você. Te vi escorrer por entre meus dedos e pingar no chão pouco a pouco.
No vidro do carro as gotas escorrem e no meu reflexo não sei diferenciá-las das lágrimas que inevitavelmente caíram…
A chuva parece ter diminuído lá fora, mas aqui dentro a tempestade só começou.
Irredutível.
adj. Aquilo que não se reduz nem se decompõe, que não cede.
Mas se até a palavra pode se reduzir em sílabas, por que logo eu não poderia?
Ir-re-du-tí-vel.
Ser de carne e osso dói um bocado...
Como se separa as sílabas do coração?
terça-feira, 22 de março de 2011
Angústia.
Acordei assustada com um barulho. Pensei ser ladrão - morar sozinha causa uma certa neurose-.
Levantei da cama bem devagar. Novamente o barulho. Caminhei até a porta onde colei o ouvido. O barulho.
Mas, quanto mais silêncio eu ouvia do outro lado, mais força tinha o barulho.
E quanto mais eu tentava descobrir o que me atordoava, mais ficava perdida. Angústia… e o barulho.
Tomei coragem e abri a porta. No corredor, o barulho. A luz da sala, esquecida acesa, me revelou a tranquilidade da casa. Mas o barulho…
Entrei no banheiro. Luz. O barulho. Me olhei no espelho - e que medo de não ver só a mim-.
Lavei o rosto e, aí sim, a ficha caiu. Não era ladrão, não era ninguém. Não era nada, era tudo.
Era meu coração. Apenas meu coração batendo forte. Na verdade, gritando que estava ali. E eu me preocupando com o lado de fora…
O barulho…
Retórica.
Ontem ouvi:
Quando te atirarem uma pedra, jogue de volta rosas, flores. Uma hora o estoque de pedras dessa pessoa vai acabar e, quando você menos esperar, ela vai estar te atirando de volta as flores que você jogou.
Fiquei com uma pergunta engasgada.
“E se as minhas flores acabarem antes?”
Sou.
Sou apaixonada. Não pelo namorado ou pelos amigos. Não por chocolate ou comida italiana. As pessoas eu amo. Comida, eu como, e acabou.
Sou apaixonada pelo ato de observar. Acho que isso define bem o prazer que eu tenho em simplesmente olhar as coisas. Olhar o céu… se alguém me apresentar coisa mais linda que o céu, nem sei o que faço.
Na verdade, sei sim. Eu paro para observar.
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