Estou agora dentro de um táxi escrevendo na caixa de mensagem do celular.
A urgência em desabafar talvez seja pra não voltar a chorar antes do portão de casa. Estou encharcada de chuva, essa chuva que caiu do nada. Era uma vez o sol, o cabelo escovado e os papéis dentro da bolsa. A roupa está colada no corpo e, dentro da sapatilha, mais água do que pé. Na verdade, em todo o meu corpo há mais água do que eu mesma.
Essas gotas de chuva sujaram o meu corpo - e não lavaram a minha’lma como deveriam-. Ao mesmo tempo, escorregando pelo meu rosto, disfarçavam as lágrimas que se desenharam.
Essa chuva que caiu do nada me levou também você. Te vi escorrer por entre meus dedos e pingar no chão pouco a pouco.
No vidro do carro as gotas escorrem e no meu reflexo não sei diferenciá-las das lágrimas que inevitavelmente caíram…
A chuva parece ter diminuído lá fora, mas aqui dentro a tempestade só começou.
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